Em sua primeira entrevista como pontífice, o papa Leão XIV afirmou que vai manter as mudanças feitas pelo papa Francisco no comando da Igreja Católica. Ela falou com a jornalista Elise Ann Allen, do portal vaticanista Crux. A conversa completa está disponível no livro “Leão XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI”, lançado inicialmente no Peru, com versão em espanhol.
O papa agostiniano defendeu que é preciso “construir pontes” e “não alimentar ainda mais a polarização”, tanto na Igreja, como no mundo. Confira alguns temas tratados por Leão:
Massacre em Gaza – “Embora tenha havido alguma pressão” sobre Israel por parte dos Estados Unidos e apesar de algumas declarações do presidente Trump, “não houve uma resposta clara” para “aliviar o sofrimento da população.”
Relação com a China – “Obter uma compreensão mais clara de como a Igreja pode continuar sua missão, respeitando tanto a cultura quanto as questões políticas.”
Política dos EUA – “O fato de eu ser estadunidense significa, entre outras coisas, que as pessoas não podem dizer, como fizeram com Francisco, ‘ele não entende os Estados Unidos, simplesmente não vê o que está acontecendo’.”
Abusos sexuais na Igreja – “A grande maioria dos envolvidos na Igreja — padres, bispos e religiosos — nunca abusou de ninguém. Portanto, não podemos permitir que toda a Igreja se concentre exclusivamente nesta questão.”
Pessoas LGBTQIA+ – “Acho altamente improvável, certamente num futuro próximo, que a Doutrina da Igreja mude em termos do que a Igreja ensina sobre sexualidade, o que a Igreja ensina sobre o matrimônio.”
Aceitação de diaconisas – “Por enquanto, não tenho intenção de mudar a doutrina da Igreja sobre o assunto.”
Crise financeira no Vaticano – “Penso que devemos continuar trabalhando nisso, mas não perco o sono por causa disso, e acho importante comunicar uma mensagem diferente.”
Missa Tridentina – “Um problema. (Porque alguns utilizaram a liturgia como) “Instrumento político… (Quero resolver) com a sinodalidade.”
Inteligência artificial – (Sobre uma pessoa que pediu para criar um papa artificial para permitir que qualquer pessoa tivesse uma audiência pessoal) – “Eu disse: ‘Não vou autorizar’. Se há alguém que não deveria ser representado por um avatar, diria que o Papa está no topo da lista.”